sábado, 22 de agosto de 2009

O Contador de Histórias




Ontem assistimos ao filme "O Contador de Histórias". Eu já havia ouvido falar dele, do Roberto Carlos, o contador de histórias de MG ex interno da FEBEM. Não pretendo aqui contar a história do filme, que é na verdade baseada na vida deste rapaz.

Um dos fatos, porém, mais impressionantes e comoventes para mim foi assistir a uma propaganda nacional, divulgada nas emissoras de televisão, sobre a FEBEM, e o efeito que a propaganda fez na mãe de Roberto. Aliás, mãe de muitos que foram entregues a FEBEM.

Fiquei pensando em Política Pública e cidadania com efeito civil. O Bem Estar social não é algo pensado e almejado somente agora, neste século, vide o "Welfare State". Vem de muito tempo e sempre foi alvo de discussões filosóficas e teórico-sociais, sempre com controversas, pontos positivos e pontos negativos. Sempre foi percebido, pensado e detectado o efeito dos vícios de uma boa ação e os danos de sua ausência.

Os corruptos, os corruptores, sempre existirão, mas os bons não podem desisitir jamais, mesmo com a necessidade de rever efeitos e defeitos estruturais danosos e carentes de reformas!

Novamente peço, que Deus nos ajude em nossa sociedade, mantenha a esperança de quem já trabalha e inspire a muitos seguirem o caminho da retidão!

"Faz forte ao cansado, e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor. Os jovens se cansam e se fatigam, e os moços de exaustos caem, mas os que esperam no Senhor renovam as suas forças, sobem como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam." Is 40:29-31

É, a gente se cansa sim, mas aí o amor do Pai se aproxima pra ajudar as nossas forças a se renovarem, ser a nossa própria força e não nos deixar prostados. Esse é o nosso Deus. E, não foi Ele quem nos deu a ordenança de cuidar do próximo!


terça-feira, 18 de agosto de 2009

Sobre o caso do Eduardo

Sobre o caso do Eduardo relatado em dois post anteriores, conversando com amigos que atuam na área de saúde, constatamos que as 3 instituições envolvidas realmente não poderiam ter feito nada de diferente. Segundo a competência de cada uma e diretrizes de hospitais públicos para internações não havia mais o que ser feito! Embora uma atitude tenha sido tomada não sabemos o destino dele hoje.

Esta rigidez, fruto do espaço e condição de um hospital ou casa social para receber um indivíduo necessitado, faz com que o único espaço para ele seja a própria rua, na qual a sobrevivência torna-se difícil ou fatalmente impossível.

Enfrentamos um problema sério, estrutural e social que não pode ficar sem respostas que provejam soluções ou integrações institucionais envolvendo órgãos e entidades do governo em pról de medidas cabíveis para redução desta impotência social presenciada por nós.

Acredito em Ongs, mas também acredito em força de denúncia e de mobilização, não em grandes proporções mas ao menos de forma responsável por cada entidade e federação.

Deus nos ajude, e levante em nossa sociedade pessoas talentosas, honestas e competentes para resolverem este problema, e que neste caminho nos ilumine nas nossas atitudes e responsabilidades sociais e amor cristão.

Pois é difícil assistir alguém perder a vida aos poucos, mas é o que temos feito enquanto nada é questionado ou trazido como resposta a este problema, enquanto vários Eduardos encontram-se sob marquises, em calçadas, becos, leitos e consciência.


segunda-feira, 17 de agosto de 2009

No Olho da Rua, Marcelo Antonio da Cunha

Livro que deveria ser lido por todo cidadão.

Triste relato de como degenera uma vida na rua e de como uma instituição não era capaz de resgatá-la com suas demais mazelas.

O relato mostra vidas e suas desventuras, fatalidades que podem levar pessoas as ruas de uma cidade.

Falta de família, drogas, vilolência, fuga da violência doméstica, loucura, doenças, falta de emprego, falta de amigos, falta de família, pobreza, miséria, falta social completa.

Livro: No Olho da Rua, Marcelo Antonio da Cunha - ex-diretor da Fazenda Modelo (abrigo carioca para os mendigos recolhidos nas ruas, e que abrigo!)

http://www.novafronteira.com.br/produto.asp?CodigoProduto=2079

"Mendigos, indigentes, marginalizados, excluídos, esquecidos; ou, como têm sido chamados recentemente, "em situação de vulnerabilidade social": assim é vista a população de rua, vez por outra mandada para abrigos; vez por outra queimada viva, como lemos nos jornais.

No olho da rua trata de um grupo de abrigados da Fazenda Modelo. Boa parte deles não nascera na miséria. Alguns chegaram um dia a ter casa, carro, emprego e famílias estáveis - tudo perdido nalgum estranho revés. O livro reúne casos tão diferentes quanto o da ex-aeromoça que passou anos na Fazenda enquanto aguardava uma vultosa indenização trabalhista e do mendigo conhecido como Bacana, que pensava ser um cachorro.

Marcelo Antonio da Cunha, médico e autor deste lançamento da Nova Fronteira, revela através de histórias surpreendentes como era a vida em um dos maiores abrigos do mundo para população de rua."

LEIA UM CAPÍTULO NESTE SITE: ( http://portalliteral.terra.com.br/artigos/no-olho-da-rua )

Eduardo, a quem compete?



Ontem vimos o Eduardo.
Veja também em http://sandrowagner.wordpress.com/

Eduardo estava no "Limbo" - negro, 32 anos, aidético, paraplégico, desnutrido, sem endereço, sem nome da mãe, sem data de nascimento. Local do encontro: calçada, debaixo da marquise da padaria em frente a igreja na qual congrego.

Ninguém sabia muito bem a que horas ele havia chegado ali, se pela manhã, se madrugada, se dia anterior, nem como chegou ou se fora deixado. Sabe-se que quando chegou tinha uma cadeira de rodas e esta lhe foi roubada ... talvez algum 'ganho'! E ali estava o Eduardo, deitado na mesma posição, sem conseguir tomar o lanche que alguns lhe ofereceram.

Ninguém podia levar o Eduardo, ou melhor, ele não se encaixava em nenhum PROTOCOLO.

A Assistência Social do município estava lá, mas verificou que o caso era muito sério para eles o removerem pois nenhuma instituição o iria receber naquelas condições. Constatou que deveria ser levado ao hospital e não eram eles autorizados a fazer esta remoção.

O Bombeiro relutou em ir. E quando o médico do bombeiro esteve lá, examinou e constatou que também não era caso para o bombeiro pois ele estava lúcido, sem febre ... Eduardo gemia, gemia de dor a cada intervençao que o médico fazia ... Mas o Corpo de Bombeiro reconheceu sua "IMPOTÊNCIA". - "se o levarmos para algum hospital vamos ser recebidos com sete pedras nas mãos pelos médicos. Eles não vão aceitar ele... não é o caso de nós o removermos!!

Aí, depois de algumas ligações, pessoas insistindo, um outro contato, um conhecido que conhece mais um que lembra de outro ...

Chegou também a SAMU, que disse que o Eduardo também não era seu caso - pois esta instituição tem em seu protocolo apenas a regulação ou remoção de quem tem constatado ao menos 30 minutos de vida. Não era este o caso do Eduardo, o caso dele não era de emergência , nenhum hospital o aceitaria ... e ele provavelmente resistiria apenas a madrugada, segundo comentário de alguns.

Ao dizerem ao Eduardo que o levariam para o CPN (hospital público) ele clamou: "pra que gente? Eles vão me mandar embora de novo!!" E pediu: "Me deixa dormir, gente, me deixa dormir!"

No final, o Bombeiro acabou removendo-o; Arriscaram o Protocolo!!

Ou seja, a quem pertence o Eduardo? As ruas!!! E a rua não cuida de ninguém, nem dos seus.

Eu não sou da sua rua,
Não sou o seu vizinho.
Eu moro muito longe, sozinho.
Estou aqui de passagem.

Eu não sou da sua rua,
Eu não falo a sua língua,
Minha vida é diferente da sua.
Estou aqui de passagem.
Esse mundo não é meu,
Esse mundo não é seu



terça-feira, 11 de agosto de 2009

Tarde em Itapoã


Tem coisa melhor que contemplar a criação daquele que nos formou? Tem sim, contemplar o próprio, rsss, mas percebo que isso também ocorre ao contemplarmos tudo o que Ele formou! Não tem como aquele que é nascido de novo não olhar o mar e render graças ao Pai, agradecer por aquele momento, por aquele instante!!!

Pensando nisso lembrei de uma música que gosto muito e é pura poesia dedilhada no violão.Quem conheceu o litoral bahiano sabe do que estou falando!!! :p E, olha que ainda há muitos outros litorais por aí!

Posso até discordar de alguns conceitos que a letra traz, mas diga aí se não é uma bonita poesia?



Tarde em Itapoã

Vinicius de Moraes

Composição: Vinicius de Moraes / Toquinho

Um velho calção de banho
O dia pra vadiar
Um mar que não tem tamanho
E um arco-íris no ar
Depois na praça Caymmi
Sentir preguiça no corpo
E numa esteira de vime
Beber uma água de coco

É bom
Passar uma tarde em Itapuã
Ao sol que arde em Itapuã
Ouvindo o mar de Itapuã
Falar de amor em Itapuã

Enquanto o mar inaugura
Um verde novinho em folha
Argumentar com doçura
Com uma cachaça de rolha
E com o olhar esquecido
No encontro de céu e mar
Bem devagar ir sentindo
A terra toda a rodar

É bom
Passar uma tarde em Itapuã
Ao sol que arde em Itapuã
Ouvindo o mar de Itapuã
Falar de amor em Itapuã

Depois sentir o arrepio
Do vento que a noite traz
E o diz-que-diz-que macio
Que brota dos coqueirais
E nos espaços serenos
Sem ontem nem amanhã
Dormir nos braços morenos
Da lua de Itapuã

É bom
Passar uma tarde em Itapuã
Ao sol que arde em Itapuã
Ouvindo o mar de Itapuã

Falar de amor em Itapuã



sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Nem um momento só - música

Nem um momento só deixou-me o Seu olhar
Nem quando eu dava dó, negou-me o Seu amar
Nem quando me omiti, como se pudesse me esconder
Nem mesmo quando não vi solução negou-me Seu perdão

Nem um momento só deixou-me o Seu olhar
Nem quando eu dava dó, negou-me o Seu amar
Nem quando me omiti, como se pudesse me esconder
Nem mesmo quando não vi solução negou-me Sua mão


quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Cordas e nós

Estava pensando e pensando sabe como é né, idéias surgem! rs

Lembrei daquele versículo bíblico que fala do cordão de três dobras¹, daí os "nós" me vieram a mente e saí a pesquisar na internet sobre os nós! Foi interessantíssimo!!

Ao mesmo tempo ouvia uma música do Asaph Borba que gosto muito, chamada Um só Corpo e Coração. Tentei imaginar que sentido aquilo tudo junto poderia fazer, pois a letra fala de comunhão e da igreja primitiva em Atos. O versículo fala de união também, mas e os nós?

Nó sempre lembra problema, algo que interrompe, impede. Já ouviu aquele comentário assim: "Xiiii, tem um nó aí, vai dar trabalho!" Rss. Eu já ouvi muito, a geração de meus pais usava essa expressão quando afirmava um problema!

Mas acabei lembrando que nó também serve pra coisa boa, tipo, nó na ponta do cadarço, no corpo de uma pipa, nas cordas de rapel, nas amarras para firmar e levantar um varal, para velejar amarração de velas e etc...

Fiquei pensando em nó como algo positivo e ao ler algumas definições foi isso mesmo que encontrei. O nó serve para firmar, segurar, dar apoio, medir, emendar, enfim uma infinidade de utilidades. E descobri também haver uma centena de nós, um para cada finalidade do usuário.

Soube que os nós mantém cordas unidas ou coisas unidas, li até que na antiguidade utilizavam-se os nós na arquiterura... e isso caminhou um pouco para a maçonaria, vixi, deixei por lá!

Significado pelo Wikipédia: "Um nó é um método de apertar ou segurar um material linear como a corda por amarração e intrelaçamento. Ele pode consistir de um comprimento de um ou mais segmentos de corda, fibra, nylon, fitas e até mesmo correntes entrelaçadas de modo que permitem que a linha se prenda a si mesma ou a algum outro objeto, a carga. Os nós tem sido alvo de interesses por suas origens antigas, uso comum e implicações matemáticas na teoria dos nós. "

Juntando as pontas deste pensamento concluí que nessa era de individualismos se somos como corda precisamos de uns nós para nos aproximar e mantermos unidos uns aos outros, daí comunhão!!!

Será que forcei a barra?!!

¹ "Havia um homem totalmente solitário, não tinha filho nem irmão. Trabalhava sem parar! Contudo os seus olhos não se satisfaziam com sua riqueza. Ele sequer perguntava: 'para quem estou trabalhando tanto, e por que razão deixo de me divertir?' Isso também é absurdo, é um trabalho por demais ingrato.
É melhor ter companhia do que estar sozinho, porque maior é a recompensa do trabalho de duas pessoas. Se um cair o amigo pode ajudá-lo a levantar-se. Mas pobre do homem que cai e não tem quem o ajude a levantar-se.
E se dois dormirem juntos, vão manter-se aquecidos. Como, porém manter-se aquecido sozinho?
Um homem sozinho pode ser vencido, mas dois conseguem defender-se. Um cordão de três dobras não se rompe com facilidade." Eclesiastes 4:8-12

Agradeço pelas poucas dobras e alguns nós que tenho pertinho de mim, são de muito valor!


curiosidades sobre os nós:
http://www.solbrilhando.com.br/Esportes/Alpinismo/Cordas_e_Nos.htm

Música do Asaph:









terça-feira, 4 de agosto de 2009

Pensando sobre conversão



Pensando sobre a conversão...

Busquei algumas músicas para ouvir e entre elas estava esta do Grupo Pescador com João Alexandre, Conversão. E não tive como evitar lembrar desse momento e refletir um pouco sobre todas as emoções pelas quais passamos nele.


Conversão é um ponto na caminhada da vida no qual paramos e nos percebemos tocados por algo muito forte, maior que nossa própria vontade, maior que nosso entendimento, que nos muda o rumo e conduz ao encontro de Deus.

Dá pra pensar em um encontro com Deus? Dá, dá sim!! É tenebroso, é libertador, é transformador, é real. Encontrar com Deus é perceber-se pequeno, frágil, dependente. Tudo que alguém preparado pra vencer as dificuldades da vida não gosta de sentir mas ao mesmo tempo é cheio de amor. Neste encontro percebemos toda a vontade de Deus em encontrar-se conosco.

Um encontro pelo qual passamos e nunca mais esquecemos e nos leva a muitos outros momentos de comunhão e crescente amizade com o Pai. Momento o qual é necessário trazer sempre a memória para não esquecer o que nos fez ser Cristãos!

Momento que nos faz perceber o pecado e a graça, momento que nos constrange e ensina, nos aquieta e faz dobrar os joelhos reconhecendo senhorio sobre nós. Sensação de pertencimento!

Percebo não ter facilidade em escrever sobre esse assunto, mas sei que todo aquele que é nasscido de novo, convertido, sabe o valor desse momento. Sua lembrança nos fortalece e faz lembrar o significado da vida!